O carioca Orlando Teruz, estudou na Escola Nacional de Belas Artes – Enba entre 1920 e 1923, e foi aluno de Baptista da Costa e Rodolfo Chambelland, tendo, no ano seguinte, sua primeira participação na Exposição Geral de Belas Artes do Rio de Janeiro. Em 1934, recebeu o Prêmio de Viagem ao Exterior, o qual usufruí apenas em 1939, quando viaja para França, Holanda e Itália, mas é obrigado a interrompê-la devido à deflagração da Segunda Guerra Mundial. Trabalha com Lucio Costa e Candido Portinari pela implementação da divisão moderna no Salão Nacional de Belas Artes, que passa a vigorar em 1940.
No ano de 1944, integrou a Exposição de Pinturas Modernas Brasileiras, realizada na Burlington House, sede da Royal Academy of Art de Londres. Participou em 1951 e 1953 da 1ª e 2ª Bienais Internacionais de São Paulo. Trabalhou como professor de pintura no Instituto de Belas Artes da Guanabara em meados de 1950. Seus trabalhos foram expostos em diversas mostras individuais, tanto no Brasil quanto exterior, durante os anos 1960, passando também a estar presente em importantes coleções de todo mundo, como as do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp, do Museu Nacional de Belas Artes – MNBA e do Museu Hermitage, de São Petesburgo, Rússia. Na década de 1970, iniciou com a família a formação de seu museu particular no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Seu trabalho aproxima-se muito da produção de Candido Portinari, com quem conviveu desde a formação na Escola Nacional de Belas Artes – Enba, no Rio de Janeiro, tanto em termos formais como temáticos. Ambos propõem uma pintura moderna, que fuja às soluções determinadas pelo estudo acadêmico, mas mantém a relação com a tradição.
Teruz possui grande domínio da técnica, tanto da pintura como do desenho de observação. Sua temática aborda cenas de infância – inúmeras e presentes em todos os períodos da vasta produção do pintor -, cavalos, reuniões populares. Nesse limiar entre moderno e tradicional, Teruz resvala, por vezes, em soluções trazidas pelos movimentos de vanguarda, sendo o surrealismo a referência mais marcante no que diz respeito a ambientações oníricas.